“Uma figura como Felipe Simas só surge no nosso mercado de música a cada 25 anos: alguém com capacidade para transformar artistas e carreiras em sucessos reais de público sem que o custo do salto quantitativo seja o descrédito qualitativo.
 

Assisti a dois casos bem de perto. Primeiro, vi a virada promovida por Simas na carreira de Tiago Iorc, que deixou de ser mais um nome da nossa superpovoada cena indie para se tornar o cara do novo pop nacional. Depois, vi a eclosão de Anavitória, dupla descoberta por Simas que, em dois anos, se transformou em um dos casos mais bem sucedidos do cenário musical brasileiro.
 

O mais relevante em olhar esses dois casos em paralelo não são suas semelhanças, mas suas diferenças. Tiago já existia antes de Simas. Tinha uma carreira estabelecida no autocentrado mercado da música independente brasileira. Mas o artista tinha bem mais a oferecer - e para muito mais gente. Era, em alguma medida, uma potência desperdiçada. Juntos, Simas e Tiago reavaliaram os pontos de força do cantor e criaram para ele quase que uma nova persona artística - mais solar, comunicativa e carismática do que a anterior.
 

Anavitória, ao contrário de Tiago, ainda não existia. A dupla foi criada e desenvolvida sob os olhos e as ideias de Simas. A partir do inquestionável talento bruto das meninas, o empresário burilou os conceitos artísticos, mapeou os campos de atuação e desenhou o plano de voo para que as duas chegassem, rapidamente e sem escalas, ao grande mercado da música.
 

O caso de Tiago implicou em reconstrução. Era um artista que já trazia consigo uma história, mas que ainda não tinha sido devidamente traduzido para o público. Precisava se fazer entender para encontrar outros ouvidos. Para promover essa metamorfose, Simas passou dois anos na estrada com o cantor, correndo o país em busca de novas plateias e de visibilidade. O passo seguinte foi um álbum com todos os elementos que pudessem amplificar Tiago também no rádio e na televisão. O resto da história, todo mundo conhece.
 

O caso de Anavitória é de pura construção. Simas conheceu as meninas por meio de um vídeo no Youtube. E, em dois anos, percorreu com elas um caminho alucinante, partindo de um show de estreia para pouco mais de 100 pessoas para casas gigantescas como o Espaço das Américas. A ousadia extrema foi produzir, com capital inicial próprio, um filme estrelado pelas duas cantoras, nos mesmos moldes usados nos anos 1960 pelos Beatles e por Roberto Carlos.”

Marcus Preto
Jornalista e Produtor Musical

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“Felipe Simas é uma das poucas pessoas dentro do mercado da música que vive no seu tempo (e, por muitas vezes, à frente dele). Seu talento em construir marcas dentro do universo da música e sua sensibilidade acurada (sobre o que, onde, quando e como lançar), ao somar-se aos indiscutíveis talentos artísticos farejados por ele, têm sido uma combinação explosiva.

Mesmo sem se embasar teoricamente em tendências e conceitos de marketing, Simas aplica de forma orgânica e muito eficiente boa parte deles em seus projetos. É aquela velha história de cuidar do jardim ao invés de ir à caça de borboletas.”

Rodrigo Vinhas

Empresário Artístico e Mentor de Novos Negócios

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